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17.12.07 

Confit de pato

Pato para patós

Portugal não é um país de pato. Pato é palavra que segrega na boca lusa apenas uma aguadilha a saber a chouriço tostado no forno. Por isso o pato é mau nos talhos e nos restaurantes.
Fora a horrenda moda do magret, ou pato para patós (o magret está para o confit, como a mousse de manga está para o leite-creme), quem quiser comer bom pato tem que ir a uma loja (qualquer loja gourmet tem, ou devia ter) e comprar uma perna de pato para confitar ou confitada. A confitação (existirá esta palavra?) resulta de se cozinhar, neste caso o pato, na sua gordura, a baixa temperatura, por um período longo.
Surgiu como um modo de preservação de alimentos que depois eram guardados em frascos com a sua própria gordura. Este método de lipopreservação permite, au fur et à mesure, ir aquecendo e fritando as coxas de pato na sua gordura, com uns alhos salteados e umas batatas fritas redondas e altas. Com as latas, ou frascos, já preparados é fácil fazer boa figura e ouvir uns inocentes, “não sabia que pato sabia a isto”. Mas sabe. É que fica deliciosa, a carne castanha, a lascar, húmida, rica e com um travo lá no fundo a charcutaria. E a pele de fora, tostada à Bairrada, confirma o que já alguém apelidou de melhor fast food disponível nas lojas.

Lourenço Viegas
Time Out, n.º 10, 28 Nov 2007

Contraprovador

  • Lourenço Viegas, 54 anos, é geólogo e crí­tico gastronómico. Colabora semanalmente na Time Out Lisboa. Nasceu em Lourenço Marques e vive no Ribatejo. Tem duas filhas.
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